BOA SAÚDE - Aspectos: Cultura, Religião e Turísmo





Informações Turisticas


História da Cidade
O povoamento das terras que constituem o Município de Boa Saúde teve início na primeira metade do século XIX, com a expansão do território de São José de Mipibu. Documentos comprovam a existência de habitantes
na região, bem antes de 1859.
As famílias mais antigas, que se tem notícias, de terem residido no povoado situado na Data do Lerdo que deu origem a Boa Saúde são: Saca,Ferreira e Nunes. Pertencente a família Saca, Antônio Badamero muito
contribuiu para a formação de Boa Saúde como carpinteiro, pedreiro e oferecendo arrancho aos tropeiros.
Com a chegada dos Cachoeira que teriam vindo do sertão da Paraíba e estabeleceram-se em várias partes do território, desenvolvendo a agricultura e a criação de gado, o povoamento tomou novo impulso.
Existe mais de uma versão quanto à origem do nome Boa Saúde. Uma de que romeiros teriam trazido a imagem de N.S.da Saúde, do Juazeiro no Ceará, e que a partir daí o povoado passou a chamar-se Boa Saúde.
Outra, de que os Cachoeira teriam construído uma capela dedicada a N.S.da Saúde, depois que uma pessoa da família ficou curada após banhar-se no rio onde existia muito muçambê. E, ainda a mais provável, de que um viajante teria adoecido e ao ficar curado quando de passagem pela localidade, hospedado na casa de Antônio Badamero, teria exclamado: este é um lugar abençoado, um lugar de muita saúde.
Depois do ocorrido, Luiz Cachoeira mandou construir uma capela dedicada a N.S.da Saúde, cujo pedreiro foi Antônio Badamero. A imagem da santa teria vindo da Europa, o que é mais provável, pois o nome Boa Saúde já era citado em documentos de 1878, enquanto as romarias ao Juazeiro, no Ceará, se intensificaram onze anos depois, a partir de 1889.
No início da década de 1930, Boa Saúde passou a fortalecer-se como povoado, contando com uma concorrida feira. Com o desenvolvimento da cultura do algodão, chegou a possuir duas bolandeiras. As principais lideranças da época eram José Heronides da Câmara e Manoel Joaquim de Souza (Neco de Sinhá). Em 1935 foram construídos o mercado público, o
grupo escolar e a cadeia. No ano seguinte passou a Zona Fiscal, sendo instalada uma agência arrecadadora e, em 1938 foi elevada à categoria de vila.
O movimento pela emancipação política foi iniciado no final da década de 1940, tendo como principais lideranças Antônio Augusto de Souza, Manoel Teixeira de Souza e Manoel Ribeiro de Andrade. A criação do
município ocorreu em 11 de dezembro de 1953, com a denominação de Januário Cicco, em homenagem ao Dr. Januário Cicco, médico nascido em São José de Mipibu. Foi nomeado prefeito, o Tenente Adauto Rodrigues da Cunha.
A primeira eleição municipal foi realizada em 03/10/1954, sendo eleitos como primeiro prefeito constitucional Manoel Teixeira de Souza e como vice-prefeito José Batista Xavier. Depois de 37 anos como Januário Cicco, em 02/02/1991, o município passou a chamar-se BoaSaúde, atendendo a uma antiga reivindicação dos seus habitantes, alicerçada na tradição e na devoção a N.S. da Saúde.

Significado do Nome: Em homenagem a padroeira Nossa Senhora da Saúde

Aniversário da Cidade: 11 de dezembro

Características
 Clima:  O clima do Município de Boa Saúde é semi-árido
Temperatura Média: 25,7 Cº

Como Chegar: Saindo de Natal, pegar a BR 101, em seguida a BR 306 e depois a BR 226 até alcançar a RN 120 (próximo a cidade de Serra Caiada) por onde deve chegar a cidade de Boa Saúde.


Localização: O Município de Boa Saúde está localizado no Rio Grande do Norte, na Microrregião do Agreste Potiguar. A sede municipal fica a uma distância de 75 quilômetros de Natal, a capital do Estado. Está situada a uma altitude média de 104 metros acima do nível do mar e tem as seguintes coordenadas geográficas: 06o 06 00 latitude sul e 35º 32 54 longitude oeste.


Limites: A área total do Município de Boa Saúde é de 264 km2, correspondendo a 0,50% da superfície do Estado do Rio Grande do Norte.


Limites:
Norte – Bom Jesus e Macaíba
Sul - Serrinha e São José de Campestre
Leste – Lagoa Salgada e Vera Cruz
Oeste – Serra Caiada e Sen. Elói de Souza


Distâncias

Cidades vizinhas
Lagoa Salgada 11.9 km Serra Caiada 12.8 km
Senador Elói de Souza 16.7 km
Serrinha 17.7 km
Lagoa de Pedras 


Capitais
Natal 69 km
São Paulo 2268 km
Rio de Janeiro 2035
Brasília 1720 km
Manaus 2731
Porto Alegre 3121 km
Curitiba 2593 km
Belém 1525 km
Belo Horizonte 1769 km
Goiânia 1893 km
Salvador 823 km
Recife 226 km







Principais Pontos Turísticos

- Igrejade Nossa Senhora da Saúde- Praça Nossa Senhora da Saúde
- Poço da Pedra Grande
- Barragem Boa Saúde no rio Trairi
- Barragem de Guarani no rio Trairi
- Estádio Municipal Manoel Teixeira de Souza
- Espaço Cultural Vila de Boa Saúde
- Centro Comercial com Box do artesanato local
- Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro(Córrego de São Mateus)
- Igreja do Padroeiro São Mateus (Córrego de São Mateus)
- Casas de Farinha (Córrego de São Mateus)

Fotos


Igreja de Nossa Senhora da Saúde
Foto: José Alaí de Souza

Interior da Igreja de Nossa Senhora da Saúde
Foto: José Alaí de Souza (2010)




Capela-mor da Igreja de Nossa Senhora da Saúde - Reformada em 2011
Foto; José Alaí de Souza


Praça Nossa Senhora da Saúde
Foto: José Alaí de Souza


Poço da Pedra Grande no Rio Trairi
Foto: José Alaí de Souza


Barragem no Rio Trairi
Foto: José Alaí de Souza


Rio Trairi em dia de cheia, visto da ponte
Foto: José Alaí de Souza

Flores do campo, na primavera
Foto: José Alaí de Souza


Rua Heronides Câmara, uma das mais antigas 
Foto: José Alaí de Souza

Outro aspecto da Rua Heronides Câmara
Foto: José Alaí de Souza


Espaço Cultural Vila de Boa Saúde
Foto: José Alaí de Souza



Centro Comercial 
Foto: José Alaí de Souza


Hospital Dr. Januário Cicco
Foto: José Alaí de Souza


Eventos

-Janeiro/fevereiro:
-Festa de Nossa Senhora da Saúde - Uma tradição há mais de 130 anos. A Festa de Nossa Senhora da Saúde ou a Festa de 02 de Fevereiro, como é conhecida, é um dos maiores acontecimentos sócio-religiosos da Região do Trairi, no Rio Grande do Norte.
Durante todo o ano, as pessoas visitam a capela de Nossa Senhora da Saúde e pagam promessas. Mas é durante os dias 31 de janeiro, 01 e 02 de fevereiro que aumenta o número de devotos que acorrem à cidade de Boa Saúde para participar da festa da sua padroeira, agradecendo graças alcançadas e pagando promessas. Os festejos começam, geralmente, no dia 24 de janeiro com uma carreata,saindo de uma cidade vizinha, trazendo a imagem de Nossa Senhora da Saúde em procissão. O novenário se prolonga até o dia 01 de fevereiro. O encerramento da festa ocorre no dia 02 de fevereiro com missa solene e procissão com a participação de cerca de 10 mil pessoas. Nos dias 31 de janeiro, 01 e 02 de fevereiro acontece a tradicional festa de rua com parques de diversão, barracas, entretenimentos diversos, apresentação de bandas musicais e festas nos clubes.
A Festa de 02 de Fevereiro é uma tradição que se repete a mais de 130 anos, pois o documento mais antigo citando a localidade com o nome de Boa Saúde é datado de 22/06/1878.

- Festa de São Sebastião em Guarani:
Nos dias 19 e 20 de janeiro no povoado de Guarani é realizada a festa de São Sebastião padroeiro da comunidade.



- Fevereiro/março: Carnaval
Por ocasião do carnaval são organizados dois ou três blocos com a participação dos jovens que além de desfilarem pelas ruas de Boa Saúde, costumam visitar as cidades vizinhas.



- Junho: Festejos juninos
As festas juninas acontecem geralmente a partir de 12 de junho, prolongando-se até o dia 29, com maior ênfase na última semana do mês.
A rede escolar mantém as tradições juninas organizando quadrilhas e realizando arraias. A comunidade festeja mantendo viva a tradição das fogueiras e das comidas típicas, organizando quadrilhas e realizando animados forrós.



-Setembro: Comemoração do 7 de setembro
No dia 7 de setembro a rede escolar comemora a independência do Brasil com desfile escolar apresentando alegorias alusivas ao evento e aspectos da cultura local e com a participação de banda de música, pelas principais ruas da cidade.



- Dezembro: Emancipação Política
A emancipação política do município é comemorada no dia 11 de dezembro, geralmente com alvorada estiva, apresentação de banda de música, realização de ato solene comemorativo e apresentação de bandasmusicais.



FESTA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE: Uma tradição de mais de 132 anos

Nos dias 31/01 e 01 e 02/02/2009 a cidade de Boa Saúde, na região Agreste Potiguar, distante, apenas 69 quilometros da capital,  celebramos a festa da sua Padroeira, Nossa Senhora da Saúde, uma tradição de mais de 132 anos. Durante esse período a cidade recebe em torno de 10 a 12 mil pessoas a cada noite. Além das celebrações religiosas, a programação conta com varias atrações sócio-culturais como: barracas, feira de artesanato, apresentação de bandas e festas nos clubes.


A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE
A devoção a Nossa Senhora da Saúde surgiu em Portugal em 1569. Foi trazida para o Brasil, inicialmente para a Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais e, depois expandiu-se para todo o Brasil.
No Rio Grande do Norte a devoção a Nossa Senhora da Saúde tem como centro a cidade de Boa Saúde, sendo iniciada ha mais de 131 anos, com a construção de uma capela e a vinda de uma imagem trazida da Europa, mais provavelmente de Portugal, por iniciativa de Luiz Francisco da Costa, mais conhecido como Luiz Cachoeira.

Imagem de Nossa Senhora da Saúde, de origem portuguesa - início do século XIX;





Procissão de encerramento da Festa - 02 de fevereiro de 2010

Durante o ano são muitos os devotos de Nossa Senhora da Saúde, que visitam a sua capela com o intuito de obter uma cura ou agradecer uma graça alcançada por sua intercessão. Mas, nos dias 31/01, 01 e 02/02, de cada ano, a cidade recebe milhares pessoas para celebrar a Festa da Padroeira, um patrimônio imaterial da cidade de Boa Saúde e uma tradição de mais de 132 anos.
A Festa de Nossa Senhora da Saúde ou “Festa de 2 de Fevereiro” reúne o sagrado e o profano, a devoção e o prazer, o agradecimento e a esperança. A força e persistência secular e a capacidade de agregar novas características ao evento são responsáveis pela manutenção da tradição mais que secular apesar dos impactos da sociedade moderna.
Texto e fotos de José Alaí de Souza

IMPLANTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TURISMO RELIGIOSO: Uma opção de desenvolvimento sustentável para Boa Saúde
O objetivo deste texto é chamar a atenção dos poderes executivo e legislativo do município, órgãos públicos, igreja e outras entidades privadas, pesquisadores e a população de Boa Saúde/ RN, para o potencial que a cidade possui em relação ao desenvolvimento de uma modalidade de turismo: o religioso. Modalidade diferente de todos os outros seguimentos do mercado do turismo, que tem como motivação fundamental à fé. Estando, portanto ligado profundamente ao calendário religioso da localidade receptora do fluxo turístico.
A EMBRATUR definiu turismo o religioso como aquele motivado pela fé ou necessidade de cultura religiosa, seja através de visitações a igrejas e santuários, seja por peregrinação, romarias ou congressos eucarísticos.
Segundo a mesma entidade, o turismo cultural é aquele que se pratica para satisfazer o desejo de emoções artísticas e informação cultural, visando à visitação a monumentos históricos, obras de arte, relíquias, antiguidades, concertos, musicais, museus. Um, portanto está, de certo modo, muito associado ao outro.
O turismo religioso, pouco explorado no Rio Grande do Norte, pode contribuir consideravelmente para o aumento do fluxo de pessoas e conseqüentemente o desenvolvimento econômico de determinadas localidades que oferecem potencial para a sua implementação.
Boa Saúde possui um grande potencial para o turismo religioso!
Começamos citando como um ponto positivo, o nome do povoado que, de acordo com a sua memória histórica, existe mais de uma versão: Uma de que romeiros teriam trazido a imagem de N.S.da Saúde, do Juazeiro no Ceará, e que a partir daí o povoado passou a chamar-se Boa Saúde. Outra, de que os Cachoeira teriam construído uma capela dedicada a N.S.da Saúde, depois que uma pessoa da família ficou curada após banhar-se no rio onde existia muito muçambê. E, ainda a mais provável, de que um viajante teria adoecido e ao ficar curado quando de passagem pela localidade, hospedado na casa de Antônio Badamero, teria exclamado: “este é um lugar abençoado, um lugar de muita saúde”.
A construção da capela dedicada a Nossa Senhora da Saúde não foi por acaso: teve como origem mais provável o fato de uma pessoa ter sido curada; ter alcançado uma graça pela sua intercessão. E, desse fato histórico, a repercussão maior foi o crescimento do povoado sob a veneração de Nossa Senhora da Saúde.
Outro aspecto que potencializa o turismo religioso em Boa Saúde é a magnitude da festa da padroeira, considerado um dos maiores eventos religiosos da região Agreste Potiguar. São mais de 131 anos de tradição que, a cada ano, conta com maior organização em termos das celebrações religiosas e sócio-culturais, tendo como consequencia: o aumento do numero de devotos, de pagadores de promessas, de boasaudenses ausentes e de público em geral, estimado entre 12 e 15 mil pessoas por noite, durante 31 de janeiro e, 01 e 02 de fevereiro, todos os anos.
Alem dos aspectos evidenciados, há de se considerar, ainda, que no Rio Grande do Norte a devoção a Nossa Senhora da Saúde tem como centro a cidade de Boa Saúde e, não se tem notícia de outro município, nos demais estados do Nordeste que tenha como padroeira Nossa Senhora da Saúde.

Festa da Padroeira - Procissão de Encerramento

Estudar estas potencialidades e elaborar uma proposta para a implantação do Turismo Religioso no município, de acordo com a realidade, traçando metas e fazendo parcerias, se constitui uma das alternativas para o desenvolvimento sustentável do município. Aos benefícios de cunho religioso somam-se os relacionados aos aspectos econômicos, políticos, sociais, culturais e históricos. Um projeto dessa natureza requer o engajamento e empenho do poder público (legislativo, executivo e judiciário), da igreja e sociedade civil como um todo. Pelos múltiplos aspectos que engloba, um projeto dessa magnitude requer o comprometimento e a parceria entre as várias esferas do poder.
A questão está posta!
Texto de José Alaí de Souza - Boa Saúde(RN), 20 de janeiro de 2009.



Documentário sobre a restauração da imagem de Nossa Senhora da
Saúde         
Capa

José Alaí de Souza

Fotografias

José Alaí de Souza
Hélio de Oliveira

Elaboração e digitalização

José Alaí de Souza

Natal (RN) – Dezembro/2011








RESTAURAÇÃO E RECONSTITUIÇÃO DA PINTURA ORIGINAL DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE - PADROEIRA DE BOA SAÚDE – RN


1.Introdução



Em março de 2007, o especialista em conservação e restauração de obras de arte sacra, Hélio de Oliveira, atendendo a uma solicitação de José Alai de Souza, visitou a cidade de Boa Saúde, com o objetivo de realizar um estudo e apresentar uma proposta de restauração das imagens da capela de Nossa Senhora da Saúde.
Após o estudo das imagens, foram apresentadas as seguintes considerações: “A coleção de Arte Sacra da igreja de Nossa Senhora da Saúde, da cidade de Boa Saúde, Rio Grande do Norte, é composta por 3 imagens: Nossa Senhora da Saúde, São Sebastião e Cristo Crucificado. Um conjunto representativo,tanto do ponto de vista histórico,  como  estético.  No   entanto,   o acervo encontra-se bastante comprometido de suas feições estéticas originais.”
 Com base nos estudos realizados foram apresentados as características e o estado de conservação de cada imagem, juntamente com uma proposta de tratamento das mesmas. A seguir passamos ao detalhamento dos dados relativos ao trabalho de restauração e reconstituição da pintura original da imagem de Nossa Senhora da Saúde.

Coleção de Arte Sacra de Capela de Boa Saúde
Nossa Senhora da Saúde

Cristo Crucificado

São Sebastião

2.Características da Imagem de Nossa Senhora da Saúde

Título: Nossa Senhora da Saúde
Técnica: Madeira entalhe policromado
Origem: Portuguesa (atribuição)
Época: Século XIX
Dimensões: 0,70 X 0,32 X 0,20

3.Estado de Conservação

Micro-fendas em áreas distintas; perda de suporte na parte posterior da base, ataque de agentes biológicos –térmita e besouro broqueador, perda de extratos policromáticos (base de preparação, bolo armênio, folha metálica – ouro e pigmento). Também existe perdas parciais dos extratos; deslocamento da camada pictórica num estágio inicial; sujidade generalizada em toda a superfície da peça como poeira, excrementos de insetos e elementos não identificados; repinturas.

4.Proposta de Tratamento

Imunização geral da peça;
Fixação da camada pictórica em processo de deslocamento;
Consolidação estrutural da base e nivelamento das lacunas de profundidade;
Nivelamento das lacunas de superfície;
Limpeza geral;
Eliminação das repinturas;
Reintegração da camada pictórica;
Reintegração onde ocorreu perda da folha metálica;
Aplicação de camada protetora;
Apresentação geral da obra;
Relatório final do processo de tratamento.

5.Proposta Orçamentária

Valor da proposta: R$ 3.500,00.
Os trabalhos de restauração e de reconstituição da pintura original serão executados por uma equipe de especialistas sob a coordenação do Sr. Hélio de Oliveira, em sua oficina localizada à Av. Joaquim Patrício, 594 – Puim – Parnamirim/RN. E-mail: vilafeliz@ig.com.br

6. Execução da Proposta

Concluído o estudo da coleção de Arte Sacra da Capela de Boa Saúde, composta pelas imagens de Nossa Senhora da Saúde, Cristo Crucificado e São Sebastião, a proposta de restauração e reconstituição da pintura original das imagens, foi encaminhada ao Padre César, Vigário da Paróquia de Serra Caiada, a qual pertence a  referida capela.
Padre César, de comum acordo com a comunidade católica local, decidiu pela realização do trabalho relativo à imagem de Nossa Senhora da Saúde, logo após a Festa da Padroeira de 2008, contando com parte da renda da festa para essa finalida-de, no valor de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais).
Os trabalhos de restauração foram iniciados na segunda quinzena de fevereiro de 2008 com previsão para serem concluídos num prazo de 120 dias, possibilitando o retorno da imagem para o encerramento das comemorações do mês de maio.
Todas as etapas do processo de restauração e reconstituição da pintura original da imagem de Nossa Senhora da Saúde foram acompanhadas por José Alaí, a quem foi delegada essa responsabilidade por Pe. Cesar e, segundo a sua observação, os trabalhos foram executados conforme a proposta e com muito profissionalismo. Ainda, segundo a sua opinião, o objetivo proposto foi alcançado e o resultado foi dos melhores em termos de conservação e beleza estética da imagem.


ANEXOS

1.Documentário fotográfico sobre o antes e o depois da restauração da imagem de Nossa Senhora da Saúde e Imagemde Nossa Senhora da Saúde reconstituição da pintura original

2.Considerações sobre a imagem de Nossa Senhora da Saúde

3.Onde e como surgiu a devoção a Nossa Senhora da Saúde

4.Considerações sobre a Festa da Padroeira

5. Imagem Peregrina de Nossa Senhora da Saúde

6.Oração a Nossa Senhora da Saúde

7.Hino a Nossa Senhora da Saúde

8.Considerações sobre o turismo religioso –potencial de
 Boa Saúde/RN

9.Capela de Nossa Senhora da Saúde- Boa Saúde/RN


1.Documentário fotográfico sobre o antes e o depois da restauração da
 imagem de Nossa   Senhora da Saúde e reconstituição da pintura original da primeira metade do século XIX.

 

Imagem antes da restauração
             

 

Imagem após a restauração
 

Lado esquerdo antes da restauração


Lado esquerdo após restauração



Lado direito após a restauração


Imagem de costas antes da restauração


Imagem de costas após restauração

A seguir fotos durante o processo de restauração:



      
 
                       
 






Foto da parte inferior do pedestal, mostrando o grau de comprometimento da imagem




 2.Considerações sobre a Imagem de Nossa Senhora da Saúde
        

“A imagem de Nossa Senhora da Saúde, Luiz Cachoeira teria mandado buscar na Europa, o que, pelas características da santa, é mais provável, contrariando a versão de que a mesma teria vindo do Juazeiro, trazida por um grupo de romeiros. Por outro lado, algumas evidências contribuem para a aceitação da hipótese de que sua origem é européia: a existência do povoado com a denominação de Boa Saúde, em 1878, conforme documento do Cartório de São José de Mipibu, e a ocorrência do milagre da beata Maria de Araújo, onze anos depois, em 1899, quando a partir daí foi que se iniciou a devoção ao Padre Cícero e começaram as romarias ao Juazeiro.”
“Segundo o professor da UFRN. Senhor Antônio Marques de Carvalho Júnior, estudioso e expert em arte sacra e antiguidades, a imagem de Nossa Senhora da Saúde, ‘Do ponto de vista do estilo pode-se dizer que se trata de uma escultura de influência barroca, mas já tendendo para o neo-clássico, caracterizado pelo panejamento sóbrio, com pouco movimento. O pedestal ou base é extremamente simples, sendo pois mais um forte indicador de uma escultura saída de uma manufatura européia do século XIX,entre 1800 e 1860.’ Sobre a sua origem, ele tem a seguinte opinião: ‘A hipótese de sua origem ser a cidade do Juazeiro do Norte não tem a menor possibilidade pois trata-se de uma escultura de fatura erudita e não tem cunho popular.”
Fonte: BOA SAÚDE – Origem e História, dos autores
José Alai de Souza e Maria de Deus Souza Araújo



3.Onde e como surgiu a devoção a Nossa Senhora da Saúde (*)

Na América Latina, a devoção a Nossa Senhora da Saúde começou no México. Em 1538, os índios Patzcuaro esculpiram sua primeira imagem.
Em Portugal teve início em Lisboa, em 1569, por ocasião de uma grande peste.
No Brasil essa devoção foi trazida pelos portugueses para os estados da Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais e, depois se expandiu para todo o Brasil.
No Rio Grande do Norte a devoção a Nossa Senhora da Saúde, na cidade de Boa Saúde, começou com a construção da capela e a vinda da imagem da Europa, mais provavelmente de Portugal, por iniciativa de Luiz Francisco da Costa, conhecido como Luiz Cachoeira
São muitos os devotos de Nossa Senhora da Saúde, que durante o ano, visitam sua capela para obter ou agradecer uma graça por sua intercessão. Mas, nos dias 31 de janeiro, 01 e 02 de fevereiro é que mais de 10 mil pessoas, a cada noite, participam da tradicional Festa da Padroeira. A consolidação dessa devoção a Nossa Senhora da Saúde, segundo a tradição, completa mais de 133 anos em fevereiro de 2012, constituindo-se num patrimônio imaterial da cidade de Boa Saúde.
 (*) Pesquisa e texto de José Alaí de Souza





4.Considerações sobre a Festa da Padroeira


Podemos dizer, sem sombra de dúvidas, que a Festa de Nossa Senhora da Saúde é a mais forte tradição sócio-religiosa da nossa terra reunindo milhares de pessoas dos municípios vizinhos, de outras regiões e de outros estados. Ela faz parte da nossa história e se constitui num patrimônio imaterial da cidade de Boa Saúde, no Rio Grande do Norte, e do nosso povo.

A “Festa de 2 de Fevereiro”, como também é conhecida, reúne o sagrado e o profano, a devoção e o prazer, o agradecimento e a esperança. A persistência secular e a capacidade de agregar novas características ao referido evento são responsáveis pela manutenção da tradição, apesar dos impactos recebidos da sociedade moderna.
A Festa de Nossa Senhora da Saúde em 2012 completa mais 134 anos, uma vez que o documento mais antigo que se conhece e faz referências ao nome de Boa Saúde, data de 22 de junho de 1878 (Fonte: Boa Saúde Origem e História, paginas 31 e 32).

Realizada no período de 24 de janeiro a 02 de fevereiro, a Festa de Nossa Senhora da Saúde conta com maior afluência de público no período de 31 de janeiro a 02 de fevereiro quando a cidade recebe maior número de devotos, pagadores de promessa e público em geral, principalmente, por ocasião procissão e a missa de enceramento.

Um evento do porte da Festa de Nossa Senhora da Saúde, além do aspecto religioso, tem um grande potencial em termos de gerar receita para a igreja e para os setores do comércio e de serviços. Por isso requer um maior entrosamento dos setores da Igreja e do Poder Público, bem como num planejamento levando em conta todos os seus aspectos e priorizando aspectos como: trânsito e estacionamento, segurança, sanitários públicos, localização adequada dos ambulantes, barracas e locais de realização de bailes e shows.
Texto de José Alai de Souza




5.Imagem Peregrina de Nossa Senhora da Saúde



A cidade de Boa Saúde/RN tem como padroeira Nossa Senhora da Saúde, cuja imagem em estilo barroco, tendendo para o neo-clássico, é do século XIX, provavelmente entre 1800 e 1860. Sua chegada ao então povoado de Boa Saúde ocorreu antes de junho de 1878, conforme documentos da época. Para a referida comunidade a imagem de Nossa Senhora da Saúde tem valores sacro, artístico e histórico, incalculáveis, se constituindo num patrimônio imaterial.
Com o objetivo de preservar a imagem original e centenária de Nossa Senhora da Saúde, a comunidade católica de Boa Saúde, fez uma campanha para conseguir uma réplica esculpida  em madeira com as dimensões, características e pintura, semelhantes à imagem original. A nova imagem foi esculpida por Mestre Ambrósio Córdula, artesão potiguar radicado em Acari/RN que utiliza técnicas tradicionais para a criação e produção de imagens sacras e oratórios barrocos.  A elevada riqueza de detalhes e o primoroso acabamento apresentado em suas esculturas - utilizando processos de policromia, olhos de vidro e aplicação em folhas de ouro - resgatam na obra do Mestre Ambrósio Córdula toda a excelência da arte em madeira.
A nova imagem chegou a Boa Saúde no dia 23 de dezembro de 2010 e passou a visitar residências e povoados, razão pela qual é chamada de Imagem Peregrina de Nossa Senhora da Saúde, devendo, a partir de então, participar das peregrinações, carreatas e procissões, como o objetivo preservar a imagem original que além dos valores sacro, artístico e histórico, se constitui num patrimônio da cidade de Boa Saúde, como já foi dito anteriormente.
O trabalho de Mestre Ambrósio Córdula custou R$ 3.000,00 (três mil reais) e contou com a colaboração de vários devotos de Nossa Senhora da Saúde, através de uma campanha que esteve sob a responsabilidade de Padre Francisco César Bessa, José Alaí de Souza e Maria das Dores Alencar.


6. Oração a Nossa Senhora da Saúde


Santíssima Virgem Maria, assim como disseste nas bodas de Cana: “Fazei tudo o que ele vos disse”, ajudai-me e orientai-me a fazer a vontade do vosso Filho. Transformai a minha vida, concedei a saúde não só a mim, mas a todas as pessoas que dela necessitam. Defendei-nos das doenças para que possamos glorificar e bendizer o Senhor Deus do Universo. Senhora da Saúde, Mãe da Igreja e nossa Mãe, atendei a esta minha oração (fazer o pedido) e mostrai-me o vosso Filho Jesus Cristo que curou os leprosos, os cegos, ressuscitou os mortos, a todos prometeu vida em abundância e felicidade eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho vivo e ressuscitado no meio do povo. Amem!

7.Hino a Nossa Senhora da Saúde

 Letra: Maria de Deus de Souza
 Música: Kacianne Ferreira
 Tom: Dó maior
 Nossa Senhora da Saúde
 Dai-nos saúde e esperança
 Mãe protetora e de bondade
 Abençoai nossa cidade!

 Refrão:
 Rainha de , esperança e amor
 Vinde em nosso auxílio,
 Ouve nosso clamor.(bis)

 Defendei-nos como filhos
 E propriedade vossa
 Consoladora dos aflitos
 E protetora nossa.

 Refrão

A vós pedimos, ó Virgem Mãe
     Dirigi nossas vidas
     Advogada dos aflitos
     Dai-nos saúde e paz de espírito
  

8.Considerações sobre o turismo religioso –potencial de Boa Saúde/RN

O objetivo deste artigo é despertar a atenção dos poderes executivo e legislativo do município, órgãos públicos, igreja católica e outras entidades, forças produtivas e a população de Boa Saúde, para o potencial que a cidade possui em relação ao desenvolvimento de uma modalidade de turismo: o religioso. Modalidade diferente de todos os outros segmentos do mercado do turismo, pois tem como motivação fundamental a fé, estando, portanto ligado profundamente ao calendário religioso da localidade receptora do fluxo turístico.
A EMBRATUR definiu o turismo religioso como aquele motivado pela fé ou necessidade de cultura religiosa, seja através de visitações a igrejas e santuários, seja por peregrinação, romarias ou congressos eucarísticos.
Segundo a mesma entidade, o turismo cultural é aquele que se pratica para satisfazer o desejo de emoções artísticas e informações culturais, visando à visitação a monumentos históricos, obras de arte, relíquias, antiguidades, concertos, musicais, museus. Um, portanto está, de certo modo, muito associado ao outro.
O turismo religioso, pouco difundido no Rio Grande do Norte, pode contribuir consideravelmente para transformar determinadas localidades, como Boa Saúde, num lugar privilegiado de evangelização, de celebração e de promoção humana, fortalecendo a prática da vivência cristã através dos diversos serviços, pastorais, associações e movimentos religiosos. Pode, ainda, proporcionar à comunidade: momentos fortes de animação e celebração para o povo em geral, além da festa da padroeira e outros eventos tradicionais, como ocorre, atualmente, em Santa Cruz, a partir da devoção a Santa Rita de Cáscia.
Boa Saúde possui um grande potencial para o turismo religioso, a começar pelo nome do povoado que teve origem na devoção a Nossa Senhora da Saúde, como mostra a sua memória histórica, através de mais de uma versão: Uma de  que  romeiros  teriam  trazido  a  imagem  de
ossa Senhora da Saúde, do Juazeiro e o povoado passou a chamar-se Boa Saúde. Outra, de que os Cachoeira teriam construído uma capela dedicada a Nossa Senhora da Saúde, depois que uma pessoa da família ficou curada após banhar-se no rio onde existia muito muçambê. E, ainda a de que um viajante teria adoecido quando de passagem pela localidade e ao ficar curado teria exclamado: “este é um lugar abençoado, um lugar de muita saúde”.
A construção da capela de Nossa Senhora da Saúde não foi por acaso: teve como origem mais provável o fato de uma pessoa ter sido curada alcançando uma graça pela sua intercessão. E, deste fato, a repercussão maior foi o crescimento do povoado sob a devoção a Nossa Senhora da Saúde.


 Outro aspecto que potencializa o turismo religioso em Boa Saúde é a magnitude da festa da padroeira, um dos maiores eventos sócio-religiosos do Agreste Potiguar e que agora em 2012 completa mais de 133 anos de tradição que, a cada ano, conta com o aumento o fluxo de devotos, pagadores de promessas, boasaudenses em visita a terra natal e  público em geral, estimado em mais de 10 mil pessoas por noite, durante 31 de janeiro e, 01 e 02 de fevereiro, todos os anos. Há de se considerar, ainda, que no Rio Grande do Norte a devoção a N. Sra. da Saúde tem como centro a cidade de Boa Saúde e, não se tem notícia que outro município do Nordeste  tenha como padroeira N. Sra. da Saúde.
Estudar estas potencialidades e elaborar uma proposta para a implantação do Turismo Religioso em Boa Saúde contribuirá para: 1) O fortalecimento da evangelização, da vivencia cristã e da promoção humana; 2) O fortalecimento da economia e dos aspectos sócio-culturais, históricos e políticos.
Um projeto dessa natureza e magnitude requer o comprometimento, o empenho e a parceria do poder público (legislativo e executivo ), da igreja, das forças produtivas e da sociedade  como um todo.
Texto de José Alaí de Souza, publicado no Jornal da Cidadania de fevereiro/2009

9.Capela de Nossa Senhora da Saúde- Boa Saúde/RN

Segundo consta nas páginas 37 e 38 do livro Boa Saúde – Origem e História “Não se sabe, com exatidão a época da construção da primeira capela dedicada a Nossa Senhora da Saúde. O mais provável é que tenha ocorrido antes de 1878, quando documentos já  mencionados evidenciam a existência do povoado com o nome de Boa Saúde, que teria  começado a crescer a partir da referida construção e da devoção a Nossa Senhora da Saúde, após a propagação da cura a ela atribuída.
Edificada por iniciativa de Luiz Francisco da Costa, conhecido como Luiz Cachoeira, contando com o apoio das famílias residentes na localidade e com a colaboração dos demais Cachoeira, a referida capela teve como pedreiro o senhor Antônio Badamero Sacca. Segundo os moradores mais antigos, a madeira utilizada na sua cobertura foi retirada das proximidades da construção, que era do tipo duas águas, com uma única porta larga na frente. A imagem de Nossa Senhora da Saúde, Luiz Cachoeira teria mandado buscar em Roma, enquanto o sino, teria sido uma doação de Pedro Francisco da Costa, denominado de Pedro Cachoeira, sendo desconhecida a sua origem, sabendo-se, entretanto, que foi trazido de Macaíba, em lombo de burro.
A primeira capela, muitos anos depois, foi reformada e ampliada, como mostra a sua foto. Tinha uma fachada em estilo colonial e o seu interior era constituído pela nave-central separada da capela-mor por uma grande arcada. Nas laterais existiam corredores separados da parte central por arcadas menores. Possuía um único altar, formado por vários degraus e três nichos com as imagens de Nossa Senhora da Saúde, ao centro, ladeada por São Sebastião e Nossa Senhora da Apresentação.
Em frente à igreja, existia um cruzeiro de madeira com pedestal de alvenaria”.
No início da década de 1960, quando o vigário de Serra Caiada era o Padre Antônio Vilela Dantas, a igreja antiga foi demolida e no seu lugar foi erguida outra, com características arquitetônicas modernas e um altar de mármore que foi doado por Manoel Ribeiro de Andrade. Em seguida, na administração paroquial de Padre José Amorim foi construída uma torre e, na permanência de Padre José Manoel na Paróquia de Serra Caiada teve a fachada principal modificada e azulejada.
Atualmente (2011) a igreja passa pelas seguintes reformas na capela-mor: rebaixamento do teto e colocação de novas luminárias; ampliação da base do altar e colocação de nova mesa em granito; nicho para a padroeira; novo sacrário e reprodução da pintura de um Cristo do artista plástico Cláudio Pastro. O projeto da reforma é do Padre João Batista Chaves da Rocha, Capelão da Polícia Militar e Coordenador da Comissão de Arte Sacra da Arquidiocese de Natal.

Igreja demolida em 1960


Cruzeiro que ficava em frente a igreja antiga, vendo o mercado público
 e o estabelecimento comercial de José Heronides da Câmara

 Igreja construída em 1960 no local da igreja antiga  

    Igreja atual após reforma da fachada



ARTESANATO


Em Boa Saúde pessoas habilidosas e criativas dedicam ou dedicaram parte do seu tempo ao artesanato, como: Maria Afonso, com rendas e bicos de almofada; Antônio Zacarias com peças de madeira, incluindo um livro, motivo de reportagem na TV Cabugi; Penina com flores de papel crepom e parafina; Belina, Chiquinha Louceira e Adelaide dos Gatos com vasilhas de barro; Salvina, do Córrego de São Mateus, com  bonecas de pano e colchas de retalho; além de vários mestres de ofício. Na arte de moldar e transformar o ferro, em marcas de ferrar gado e outras peças utilitárias: Severino Foguista e Abílio Ferreira. Na habilidade de transformar madeira, em cancelas e aviamentos de casa-de-farinha: Antônio Zacarias, Manoel Silva, Manoel Matias e João Birico. No artesanato alimentar: Mariinha Nicolau, Rita de Lino, Maria de Pedro Nicolau, Maria Júlio e Bagre dos Gatos com sequilhos, “raiva”, bolo preto, “solda” e muitas outras guloseimas ou vendagens, como se dizia antigamente.
      O artesanato tem o seu lado prazeroso e gera trabalho e renda. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, 10 milhões de pessoas vivem da atividade,gerando uma receita anual de R$ 30 bilhões no País, o que justifica receber  incentivo do poder público.
       O artesão pode trabalhar sozinho ou se associar a outros artesãos. Em Boa Saúde um grupo de artesãos, com o apoio do Conselho Comunitário de Boa Saúde, criou a Associação dos Artesãos, com o objetivo de se ajudarem na produção e na comercialização do artesanato. A associação realiza cursos de artesanato, participa de feiras, semanas de cultura e exposições divulgando e comercializando o trabalho dos artesãos.
       Na produção do artesanato de Boa Saúde utiliza-se técnicas tradicionais como: o crochê e o fuxico da vovó e como principais matérias-primas tecidos e fios rústicos transformados em peças decorativas e utilitárias.
       O artesanato contribui para reduzir a falta de trabalho, gera renda e ajuda no crescimento da comunidade. Além da necessidade de maior apoio do poder público o artesanato de Boa Saúde precisa contar com a comunidade, na divulgação e compra dos seus produtos.
Texto e fotos de: José Alai de Souza










Participação na FIART - Centro de Convenções de Natal


Participação na Feira de Comércio e Empreendimento da Zona Norte - Natal


Participação - Feira de Artesanato no Centro de Convenções de Pernambuco

Participação na Feira de Artesanato do Salão do Turismo em São Paulo/SP


Artesanato em croché e fuxico - panos de prato e toalhas de lavabo


Confecção - Bolero em croché e fuxico


Luminária produzida pelas artesãs de Boa Saúde - Destaque na Feira do Artesanato Potiguar - 2011


O BOI DE REIS DE MESTRE ZÉ DE VIGÁRIO

HISTÓRICO: O Boi-de-Reis é uma brincadeira em homenagem aos Santos Reis. É um dos folguedos populares mais antigos do nosso folclore e das nossas tradições. Sua origem é africana. É chamado de Boi-de-Reis, Boi-calemba, Bumba-meu-boi, Boi-da-cara-preta, Boi-de-melão, Boi-pintadinho, de acordo com as regiões do País. O grupo geralmente é formado por 17 homens, incluindo os tocadores de sanfona, rabeca e pandeiro. O mestre, os galantes e as damas vestem roupas enfeitadas com fitas de cores vivas e espelhos. Os vaqueiros Mateus e Birico e Catirina vestem roupas usadas e pintam os rostos de tisna de panela. São os responsáveis pela parte engraçada da brincadeira.
Em Boa Saúde, no passado, se apresentavam com muita freqüência o Boi-de-Reis de Mestre Manoel Pereira, de Córrego de São Mateus; o Boi-de-Reis do nosso saudoso Mestre João Birico, do Sítio Gatos, atual Guarani; o Boi-de-Reis de Mestre José Tião, de Catolé de Baixo, município de Serra Caiada; o Boi-de-Reis de Mestre Manoel Targino, do Mendes, município de São José de Mipibu e, o Boi-de-Reis de Mestre Zé de Vigário ou Zé Pretinho Aboiador que reside na localidade de Lagoa dos Currais, no município de Boa Saúde e é o único que sobrevive.
O Boi-de-Reis de Mestre Zé de Vigário ficou algum tempo desativado. Reapareceu a partir de novembro de 2003, com o incentivo e apoio de José Alaí de Souza e, desde então vem se apresentando nos sítios e participando de eventos culturais em Boa Saúde e outros municípios da região, como ocorreu em julho de 2006, na cidade de Nova Cruz, por ocasião do aniversário da Casa de Cultura daquele município.
O Mestre Zé de Vigário começou a brincar boi-de-reis aos sete anos de idade, na companhia do seu pai que também foi mestre-de-reis. Seus irmãos Francisco Vigário e Antônio Vigário, desde a infância o acompanham como brincantes.
Mestre Zé de Vigário ao centro com os demais brincantes
do Boi de Reis de Lagoa dos Currais - Boa Saúde/RN
Foto: José Alaí de Souza
Apresntação do Boi de Reis de Lagoa dos Currais , em Boa Saúde
Foto: José Alaí de Souza
Participação do Boi de Reis de Lagoa dos Currais no 
Festival de Boi de Reis em Nova Cruz - 2005
Foto: José Alaí de Souza

Participação do Boi de Reis de Lagoa dos Currais no 
Festival de Boi de Reis em Nova Cruz - 2005
Foto: José Alaí de Souza
GRUPO DE CAPOEIRA DE BOA SAÚDE
  Histórico: Em 2003, durante os meses de março a dezembro, realizou-se em Boa Saúde, um Curso de Capoeira tendo como participantes crianças, adolescentes e jovens da cidade e das comunidades rurais de Guarani e Lagoinha. Inicialmente, as aulas de capoeira despertaram muita curiosidade, uma vez que a comunidade até aquele momento não tinha tido contato direto com esse tipo de esporte.
                      O curso patrocinado por José Alaí de Souza, chegou a contar com 45 alunos, tendo como local o “Clube 21 de Abril” cedido gratuitamente pelo seu proprietário, Elias Bezerra. O professor Francisco Canindé de Souza, conhecido como Kinho, do vizinho município de Serra Caiada.  Durante o curso, o grupo de capoeira em formação, teve a oportunidade de se apresentar para o público local em várias ocasiões.
                      Terminado o curso os participantes de Lagoinha continuarem se reunindo e treinando na própria comunidade, sob as lideranças de João da Silva e Giliarde, contando com uma participação entre 8 e 12 componentes. Sem contar com nenhum tipo de apoio por parte do poder executivo municipal, o grupo persistiu por alguns anos, chegando a fazer algumas apresentações em público.

Grupo de Capoeira em formação - Bos Saúde 2003
Foto: José Alaí de Souza
Grupo de Capoeira em formação - Boa Saúde 2003
Foto: José Alaí de Souza
Grupo de Capoeira, com o Professor Quinho e José Alaí de Souza
Foto - arquivo: José Alaí de Souza

CORAL “O CANTO DO ROUXINOL"
   
Histórico: O Coral Infanto-Juvenil “O Canto do Rouxinol”, foi organizado pelo Conselho Comunitário de Boa Saúde, em 2007 com a participação de 30 crianças de sete a 14 anos de idade, sob a coordenaçãoa da Assistente Social Eridante Paiva de Souza.  Antecedeu ao ensaio uma reunião com as mães das crianças para torná-las cientes dos objetivos do Coral e definir a participação dos mesmos na referida atividade.Um sistema de apadrinhamento foi estabelecido, de forma que todas as crianças receberam o uniforme para as apresentações, sem que os pais assumissem qualquer despesa.
                     O Coral “O Canto do Rouxinol” apresentou-se em vários eventos, inlusive por ocasião da Visita Pastoral de Dom Matias a Boa Saúde em setembro de 2007.
  Coral sob a orientação da Assistente Social Eridante
Foto: José Alaí de Souza

Apresentação do coral - Boas Vindas a Dom Matias
Foto: José Alaí de Souza